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Meninas na Música promove a equidade de gênero com mais de 70 horas de aulas e onze oficinas socioeducativas

  • 28 dez, 2020

A segunda edição do Meninas na Música, criado para promover a equidade de gênero e o empoderamento feminino no universo da música, contou com 72 horas de aulas ministradas pelas musicistas convidadas, além de onze oficinas socioeducativas com integrantes e familiares. O projeto foi realizado pelo NEOJIBA (programa social do Governo da Bahia), com patrocínio da AVON e apoio do Instituto Avon, entre setembro e dezembro deste ano.

As masterclasses foram comandadas pela clarinetista Camila Barrientos, a percussionista Janaína Sá, a fagotista Catherine Carignan, a oboísta Maria Fernanda Gonçalves, a violonista Gabriele Leite, a violinista Paula Bujes, a violista Adriana Schincariol Vercellino, a soprano Maria Carla Pino Cury, a regente Claudia Feres, a tubista Iris Vieira, a contrabaixista Patricia Weitzel e a violoncelista Milene Aliverti. A maioria delas toca instrumentos e assume funções historicamente ocupadas apenas por homens.

As aulas foram direcionadas aos integrantes do NEOJIBA e aconteceram virtualmente. Quatro delas foram abertas, com transmissão ao vivo pelo Facebook, onde permanecem disponíveis (violão, violino, voz e regência).  A violonista Gabriele Leite, que recebeu uma bolsa integral da prestigiada Manhattan School of Music, esteve à frente da primeira aula pública. "Fico imensamente honrada de ter participado. Iniciativas como essa são fundamentais para que a gente comece a construir a equidade de gênero. A representatividade é super importante. Fez total diferença na minha carreira ter mulheres como exemplo. Fico feliz de hoje ser uma referência para tantas meninas que estão começando. Isso mostra que a gente pode chegar onde quiser".

Maria Lisandra Sacramento, do Núcleo de Cordas Dedilhadas, participou da masterclass com Gabriele e contou que os encontros a ajudaram muito no "quesito futuro". "Estava num grande impasse entre a física e a música. Ver a forma como Gabriele toca e ensina me cativou. Eu me vi muito nela, como mulher preta. A música ainda é algo elitista em nosso país e ter alguém como ela alcançando grandes espaços me traz mais segurança para seguir nesse caminho. O Meninas na Música nos traz para esse espaço mais acolhedor, nos permite sonhar e crer que somos capazes de qualquer coisa". 

Fagotista da Orquestra 2 de Julho, Isnanda Silva acompanhou as aulas com a canadense Catherine Carignan, da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, e também agradeceu a oportunidade de participar do projeto. "Infelizmente, ainda existe preconceito com mulheres tocando. Quando uma mulher se destaca em meio a um naipe onde os homens predominam, isso incomoda. O Meninas na Música foi de uma importância imensa. Nós pudemos compartilhar histórias, experiências, conhecimentos. Pudemos ser ouvidas e entendidas". 

 

Oficinas socioeducativas

Além das masterclasses, o projeto realizou sete oficinas socioeducativas com temas relacionados aos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, da ONU. Os encontros com os integrantes reuniram especialistas como a nutricionista Edneia Carla dos Santos, que falou sobre alimentação saudável, o psicólogo Anderson Dias, que conversou sobre diversidade e afetividade, e professores do curso de enfermagem da Faculdade Bahiana de Medicina, que abordaram o tema da gravidez na adolescência. Houve ainda quatro encontros de geração de renda direcionados à família dos integrantes. As reuniões foram promovidas pelo setor de Desenvolvimento Social do NEOJIBA. 
 

Sobre o NEOJIBA

Criado em 2007, o NEOJIBA (Núcleos Estaduais de Orquestras Juvenis e Infantis da Bahia) promove o desenvolvimento e integração social prioritariamente de crianças, adolescentes e jovens em situações de vulnerabilidade, por meio do ensino e da prática musical coletivos. O programa é mantido pelo Governo do Estado da Bahia, vinculado à Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social e gerido pelo Instituto de Desenvolvimento Social Pela Música. Em 13 anos de atuação, o NEOJIBA atendeu, direta e indiretamente, mais de 10 mil crianças e jovens entre 6 e 29 anos.


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