MAESTRO RICARDO CASTRO

Ricardo Castro é pianista, educador, regente e gestor cultural. Em 2007, fundou o NEOJIBA, a convite do Governo da Bahia.

Nascido no pulsar vibrante da cultura baiana, em Vitória da Conquista, foi desde os primeiros anos de vida uma promessa sonora ao piano. Ainda menino, com apenas cinco anos, sua aptidão chamou a atenção da professora Esther Cardoso, que havia sido aluna de Marguerite Long. Isso o levou a ser admitido na Escola de Música da Universidade Federal da Bahia, onde seu talento, que já tinha sido exibido ao público aos 4 anos em um programa de televisão, começou a ser trabalhado.

Logo, seu brilhantismo se evidenciou quando, aos dez anos, fez sua estreia como solista ao lado de uma orquestra. O passo seguinte, em 1984, foi a migração para o prestigioso Conservatório de Música de Genebra, onde aprimorou suas habilidades sob o olhar atento de mestres como a pianista Maria Tipo e o maestro Arpad Gerecz. Ricardo Castro terminou seus estudos de piano com Dominique Merlet, em Paris.

Ecoando além das fronteiras sul-americanas, em 1993, Ricardo Castro alcançou um feito inédito: tornou-se o primeiro latino-americano a conquistar o primeiro prêmio no renomado Concurso Internacional de Piano de Leeds, na Inglaterra. Um marco, desde a criação do concurso, que solidificou o nome de Castro na música de concerto.

O reconhecimento global o levou a colaborar com orquestras de renome, como a Gewandhaus de Leipzig, a Tonhalle de Zurique, a BBC London Philharmonic, a English Chamber Orchestra e a Academy of St. Martin in the Fields. Além disso, dividiu palcos e harmonias com virtuoses, como Sir Simon Rattle, Martha Argerich, Leif Segerstam, Kazimierz Kord, Midori, Maria João Pires e Antônio Meneses.

Além de suas proezas pianísticas, Castro se destacou como maestro e gestor cultural. Inspirado pelo modelo venezuelano El Sistema, fundou em 2007 o NEOJIBA, dedicado ao desenvolvimento social por meio da prática musical coletiva. Como fundador e diretor-geral, conduziu performances em inúmeras turnês no Brasil e no exterior, promovendo a cultura brasileira na Europa e nos Estados Unidos.

Esse compromisso com a música e a cultura rendeu a Castro, em 2013, o título de Membro Honorário da Royal Philharmonic Society, da Inglaterra, honraria concedida a apenas 131 ilustres personalidades em 200 anos de história da música ocidental, compartilhando a lista com ícones como Brahms e Stravinsky.

Além de ser um virtuose e maestro, Castro também é um educador respeitado, lecionando na Haute École de Musique de Genebra, na Suíça, onde também é membro do conselho de direção da escola, e na Scuola di Musica di Fiesole, na Itália.

Sua trajetória multifacetada o coloca como um dos raros músicos com carreira internacional que dedicam suas habilidades à promoção social, posicionando-o como um dos grandes nomes da música clássica do século XXI.